Resumo
Os idosos frágeis são admitidos recorrentemente em hospitais de agudos, com taxas elevadas de visitas a serviços de urgência (SU), e são os principais consumidores de serviços de apoio social. Este estudo deteve como objetivo apresentar os resultados relativos à fragilidade e agressividade de cuidados a idosos residentes em Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI´s) que são admitidos em SU. Trata-se de um estudo observacional, retrospetivo e descritivo sobre a fragilidade e agressividade nos cuidados de fim de vida em idosos admitidos em SU. Analisamos 8082 episódios de urgência de 2019. Numa 2ª fase, nos episódios onde registamos níveis elevados de fragilidade foram analisados 16 critérios de agressividade de cuidados nos últimos 30 dias antes do óbito (foram incluídos nesta fase do estudo 1144 episódios). Análise estatística com nível de significância de 0,05. Os resultados indicam que 57% dos idosos são mulheres, média de idade de 81,52 anos. 43,6% são frágeis (níveis de maior severidade - 14,1%). 15,1% dos idosos que recorreram ao SU, residem em ERPI, e desses, 77,7% tem algum nível de fragilidade, 40,3 % apresentam níveis severos de fragilidade. 32,5% dos óbitos ocorreram em ERPI. A agressividade de cuidados, em 64,68% dos episódios pontua acima do 5. Em todos os episódios que pontuam 0 ou 1, o óbito verificou-se no exterior do hospital, principalmente em ERPI. Nesta fase do estudo percebemos que a maioria dos idosos residentes em ERPI´s que recorreram ao SU tem níveis elevados de fragilidade e parece que residir em ERPI é fator protetor de agressividade de cuidados em fim de vida.
Referências
De Castro, J. (2020). Frailty implications for palliative care. 3º Curso Avançado em Cuidados Paliativos. Hospital da Luz. October 14.
Cardona-Morrell, M., Kim, J., Turner, R., Anstey, M., Mitchell, I., & Hillman, K. (2016). Non-beneficial treatments in hospital at the end of life: A systematic review on extent of the problem. International Journal for Quality in Health Care, 28(4), 456–469. https://doi.org/10.1093/intqhc/mzw060
Clegg, A., Young, J., Iliffe, S., Rikkert, M., & Rockwood, K. (2013). Frailty in elderly people. Lancet, 381, 752-762. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(12)62167-9
Cintra, M., Guimarães, F., Teixeira de Souza, C., Luz, F., Murta, E., Bicalho, M. A., et al. (2019). Frailty in older adults attending an outpatient geriatric clinic as measured by the visual scale of frailty. Geriatrics & Gerontology International, 13(1), 17-23. https://doi.org/10.5327/Z2447-211520191900002
Eurostat. (2021). Database for life expectancy and healthy life years. Retrieved from https://ec.europa.eu/eurostat/statisticsexplained/index.php?title=Healthy_life_years_statistics
Erazo, A. (2018). The elderly in the emergency department. In Gerontology Open Access Peer-Reviewed Chapter (pp. 85-99). Retrieved from http://dx.doi.org/10.5772/intechopen.75647
Fried, L. P., Tangen, C. M., Walston, J., Newman, A. B., Hirsch, C., Gottdiener, J., et al. (Cardiovascular Health Study Collaborative Research Group). (2001). Frailty in older adults: Evidence for a phenotype. The Journals of Gerontology: Series A, Biological Sciences and Medical Sciences, 56(3), M146-156. https://doi.org/10.1093/gerona/56.3.m146
Kennedy, C., Brooks-Young, P., Brunton, C., Larkin, P., Connolly, M., Wilde-Larsson, B., et al. (2014). Diagnosing dying: An integrative literature review. BMJ Supportive & Palliative Care, 4(3), 263-270. https://doi.org/10.1136/bmjspcare-2013-000621
Krawczyk, M., & Gallagher, R. (2016). Communicating prognostic uncertainty in potential end-of-life contexts: Experiences of family members. BMC Palliative Care, 15(59). https://doi.org/10.1186/s12904-016-0133-4
McDermid, R., Stelfox, H. T., & Bagshaw, S. M. (2011). Frailty in the critically ill: A novel concept. Critical Care, 15(1), 301. https://doi.org/10.1186/cc9297
OECD/European Observatory on Health Systems and Policies. (2019). Portugal: Country health profile 2019, state of health in the EU. OECD Publishing. Retrieved from https://www.oecd-ilibrary.org/docserver/85ed94fc-en.pdf?expires=1644079606&id=id&accname=guest&checksum=3FDE93EE886D07DCCC06A3F0B81EDD0E
Pickard, L., Comas-Herrera, A., Costa-Font, J., Gori, C., Di Maio, A., Patxot, C., et al. (2007). Modelling an entitlement to long-term care services for older people in Europe: Projections for long-term care expenditure to 2050. Journal of European Social Policy, 17, 33-48. https://doi.org/10.1177/0958928706074560
Schoon, Y., Bongers, K., Van Kempen, J., Melis, R., & Rikkert, M. (2014). Gait speed as a test for monitoring frailty in community-dwelling older people has the highest diagnostic value compared to step length and chair rise time. European Journal of Physical and Rehabilitation Medicine, 50(6), 693-701. https://doi.org/10.23736/S1973-9087.14.03767-4
Simões, Â. (2019). A promoção e preservação da dignidade no contexto de cuidados em lares de idosos. Lusodidacta.
United Nations. (2019). World population ageing 2019: Highlights (ST/ESA/SER.A/430). Department of Economic and Social Affairs Population Division. Retrieved from https://www.un.org/en/development/desa/population/publications/pdf/ageing/WorldPopulationAgeing2019-Highlights.pdf