Resumo
Este estudo deteve como objetivo evidenciar a existência da inclusão da pessoa com demência na ERPI, atendendo ao modelo de cuidados implementado. Aplicaram-se aos profissionais qualificados, um questionário sociodemográfico, e uma entrevista semiestruturada. E às pessoas mais velhas um questionário sociodemográfico e duas escalas para conhecer o nível de independência nas AVD, e estimar a severidade da perda cognitiva. No estudo participaram 180 pessoas mais velhas, sendo que 92 apresentam patologia de demência: 59 pessoas com diagnostico clínico comprovado e 33 com suspeita de demência. Os dados recolhidos, apontam para a institucionalização de pessoas com um nível moderado de dependência física, e um elevado comprometimento cognitivo. Com o processo de institucionalização, a investigação demonstrou que existe um conjunto de perdas que retiram expressão à individualidade da pessoa, seja na realização das AVD, nas atividades lúdico-recreativas, ou ainda, na relação de comunicação que estabelecem com os intervenientes. Concluiu-se que as normas e regras instituídas influenciam de forma menos positiva a subsistência de cuidados adequados às necessidades das pessoas, não só pelo conjunto de perdas significativas que insurgem com a institucionalização. Esta influência está associada ao fato das normas e regras instituídas estarem sustentadas, maioritariamente, no modelo biomédico, que por si só não promove a inclusão da pessoa com demencia na ERPI. Incluir a pessoa com demência na ERPI, é olhar para um ser individual, atender à comunicação sistémica e à valorização do papel social na ERPI.
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