O papel do silêncio na comunicação em cuidados paliativos: Revisão narrativa
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Palavras-chave

Cuidados Paliativos; Silêncio; Comunicação não Verbal; Relações Enfermeiro- Paciente

Como Citar

O papel do silêncio na comunicação em cuidados paliativos: Revisão narrativa. (2025). RIAGE - Revista Ibero-Americana De Gerontologia, 7(7), 233-244. https://doi.org/10.61415/riage.338

Resumo

Resumo

O silêncio é um meio de comunicação não verbal crucial na relação terapêutica com pessoas em situação paliativa e seus cuidadores. A Teoria das Relações Interpessoais de Hildegard Peplau é um referencial teórico importante para explorar a comunicação em Cuidados Paliativos. Este estudo objetiva analisar o impacto do silêncio na comunicação em cuidados paliativos, identificando suas manifestações e uso como estratégia terapêutica. Realizou-se uma revisão narrativa baseada na questão: “Qual o impacto do silêncio na comunicação em cuidados paliativos, e como pode ser utilizado para melhorar a qualidade dos cuidados?”. Foram incluídos dez estudos que destacam o silêncio como recurso essencial na comunicação. Após a analise destes estudos, foi possível categorizar em quatro categorias à luz da Teoria das Relações Interpessoais: fase de orientação, o silêncio prepara a comunicação oral, promovendo introspeção e confiança, contribuindo para o vínculo descrito na Teoria das Relações Interpessoais; fase de identificação, apoia a autonomia emocional da pessoa, em consonância com a Teoria das Relações Interpessoais, que enfatiza a adaptação às necessidades subjetivas; fase de exploração, favorece a introspeção e a exploração de sentimentos complexos, refletindo a projeção de novos objetivos descrita na Teoria das Relações Interpessoais; fase de resolução, o silêncio proporciona serenidade e conforto espiritual, facilitando a aceitação da mudança, em conformidade com a teoria em estudo, que valoriza a individualidade e a autonomia no cuidado. Conclui-se que o silêncio transcende a função técnica, sendo um recurso multifacetado que contribui para a humanização em cuidados paliativos, tornando-o integral e centrado na pessoa.

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