Polimedicação nos idosos admitidos no serviço de urgência
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Palavras-chave

Idoso; Fragilidade; Polimedicação; Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas; Serviço de Urgência

Como Citar

Simões, Ângela. (2024). Polimedicação nos idosos admitidos no serviço de urgência. RIAGE - Revista Ibero-Americana De Gerontologia, 6, 36–44. https://doi.org/10.61415/riage.312

Resumo

Introdução: A polimedicação é definida pela OMS como o uso simultâneo de um número excessivo de medicamentos, assumindo-se uma situação de polimedicação major a toma de cinco ou mais princípios ativos diferentes por dia.
Objetivo: Apresentar os resultados relativos à polimedicação de idosos admitidos em Serviço de Urgência (SU).
Metodologia: Apresentamos o resultado de dois estudos observacionais, retrospetivos e descritivos que incidiram sobre a fragilidade e agressividade nos cuidados de fim de vida em idosos admitidos em SU. No primeiro estudo analisamos 8082 episódios de urgência, de pessoas com 65 ou mais anos, em 2019, e no segundo estudo, 2555 episódios de urgência, de idosos residentes em ERPI, em 2019. Foram recolhidos dados de variáveis sociodemográficas e clínicas. Análise estatística com nível de significância de 0,05.
Resultados: No primeiro estudo “Fragilidade e cuidados em fim de vida - Prevalência da Fragilidade e Agressividade dos Cuidados em Fim de Vida nos idosos admitidos num SU” cerca de 66% dos idosos que são admitidos no SU apresentam polimedicação major. No segundo estudo “Nursing home residents in the emergency department: Characteristics; Fragility and Aggressiveness in care” cerca de 92% dos idosos residentes em ERPI que recorrem ao SU estão polimedicados, com média de 9 princípios ativos diários, com um máximo de 22 princípios diários.
Conclusão: A polimedicação aumenta o risco de interações e recções adversas. Além disso, na pessoa idosa potencia o risco de morbimortalidade, para além de diminuir a adesão ao regime terapêutico.
Os resultados destes estudos são muito preocupantes e é por isso fundamental a sensibilização e formação para a desprescrição adequada, redefinindo os objetivos terapêuticos, ajustando a medicação às reais necessidades da pessoa. Além disso, levanta problemas éticos importantes relacionados com a obstinação terapêutica, quando se insiste na prescrição de medicação excessiva e desadequada. Em idosos residentes em ERPI com elevados níveis de fragilidade a situação ganha contornos alarmantes.

https://doi.org/10.61415/riage.312
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