Resumo
As pessoas estão a viver mais tempo, segundo a OMS (2022) em 2030, 1 em cada 6 pessoas no mundo terá 60 anos ou mais. Nessa altura, a percentagem da população com 60 anos ou mais aumentará de mil milhões em 2020 para 1,4 mil milhões. Neste contexto de envelhecimento populacional surgiram as Estruturas Residenciais para Idosos (ERPI). Estas instalações tentam colmatar as necessidades de saúde e sociais dos idosos, proporcionando um ambiente seguro para os mais dependentes. Objetivo: Identificar a relação entre o nível de satisfação dos residentes e o nível de eficiência das ERPI públicas e privadas. Metodologia: Estudo exploratório, quantitativo, descritivo e correlacional. Um inquérito por questionário foi realizado em sete instituições com uma amostra de 178 respondentes. Os resultados indicam que a maioria revelou estar “muito satisfeito” n=94; 52.8%, numa escala de 0 a 5. O valor médio obtido foi de 3,87 ± 0,75, mostraram- se mais satisfeitos nas ERPI privadas relativamente às públicas 4.22 ± 0.56; 3.69 ± 0.77, respetivamente. O valor de prova foi <0.001 inferindo significância estatística quanto à diferença entre estas instituições. No que concerne à eficiência as ERPI públicas obtiveram resultados superiores comparadas com os seus análogos 60.85 ± 47.20; 96.81 ± 3.70. Conclusões: Este estudo oferece ferramentas essenciais para os gestores de ERPI, indicando que a satisfação dos residentes não mantém uma relação linear com a eficiência. Destaca-se, assim, a imperatividade de se alcançar um equilíbrio ótimo entre a satisfação dos residentes e o custo operacional.
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