Principios bioéticos no proceso de comunicação em cuidados paliativos
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Palavras-chave

comunicação
cuidados paliativos
bioética
doença crónica

Como Citar

Rodrigues, C., & Bernardino, S. (2024). Principios bioéticos no proceso de comunicação em cuidados paliativos. RIAGE - Revista Ibero-Americana De Gerontologia, 5. https://doi.org/10.61415/riage.253

Resumo

Os cuidados paliativos (CP) surgem para responder a necessidades e problemas inerentes a doenças graves, progressivas, sem cura e limitativas, são cuidados essenciais para a melhoria da qualidade de vida e do bem-estar, reforçam a dignidade humana, sendo estes eficazes e centrados nas pessoas (Vargas, 2021).

Tendo como base reflexões, este estudo tem como objetivo identificar os elementos e as estratégias que facilitam garantia dos princípios bioéticos no processo de comunicação em cuidados Paliativos, a partir de publicações sobre a temática.
Uma das Orientações Estratégicas Gerais de acordo com o plano estratégico para o desenvolvimento dos CP 2021-2022 é a formação e capacitação dos profissionais de saúde, e um dos exemplos a constar nos programas formativos da formação continua é o treino de comunicação. A comunicação, mais do que uma ferramenta terapêutica, é uma atitude profissional, promotora e potenciadora da autonomia, do consentimento informado e da confiança mútua (Teixeira, 2004).

A mais evidente dificuldade enfrentada pelos profissionais relacionasse com a imprevisibilidade das consequências das decisões tomadas, vindo daí o comportamento de alguns de não realizar um correto processo de comunicação com os envolvidos, culminando em atitudes paternalistas que interferem no pleno exercício da autonomia do utente, apesar de toda a atenção com a vulnerabilidade do mesmo e o reconhecimento do prevalecer da honestidade. A comunicação do prognóstico e as discussões acerca do fim de vida devem ser realizadas consoante as preferências dos utentes. O treino e a formação relativamente às capacidades comunicacionais ainda são uma limitação na prática.

https://doi.org/10.61415/riage.253
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