Resumo
Cientes de que a longevidade se afigura, atualmente, como um facto incontornável e como uma inegável conquista civilizacional, importa cada vez mais refletir acerca do enquadramento dos direitos dos idosos como direitos humanos, quer no plano Internacional quer no plano nacional, fazendo uma breve análise crítica das Convenções existentes e da Constituição da República Portuguesa. Pensar juridicamente a condição dos mais velhos, enquanto cidadãos de pleno direito, livres de desenvolver a sua personalidade e de envelhecerem com dignidade, autonomia e de modo ativo e saudável, é o desafio a que nos propomos, focando os vetores essenciais da aprendizagem ao longo da vida e do paradigma residencial como aspetos fundamentais para que tal desenvolvimento ocorra. A abordagem do tema na perspetiva do exercício da cidadania visa, numa lógica de capacitação, trazer para o espaço público, que lhes é devido, os “novos idosos” que o progresso científico e económico nos permite hoje, conhecer, e um dia vir a ser, na expectativa de que a sua e a nossa voz ativa retire da invisibilidade aqueles que, por alguma razão, se encontrem em situações de maior vulnerabilidade, fragilidade ou solidão.
Referências
Bianchi, E. (2020). A vida e os dias – Sobre a velhice. Braga: Secretariado Nacional do Apostolado da Oração. ISBN: 9789723909111
Aroso, J., & Magalhães, O. (2021). O direito à terceira idade enquanto direito fundamental: O direito à educação e ao ensino dos idosos. In Os novos idosos – Envelhecimento ativo e direito (pp. xx–xx). Coimbra: Edições Almedina, S.A. ISBN: 9789894000334
Canotilho, J., & Moreira, V. (2007). Constituição da República Portuguesa anotada (4ª ed., Vol. I). Coimbra: Coimbra Editora. ISBN: 978-972-32-1839-8
Cavendish, C. (2019). Tempo extra – 10 lições para um mundo em envelhecimento. Braga: 20I20 Editora. ISBN: 9789896689421
Dicionário da Língua Portuguesa. (n.d.). Dicionário da Língua Portuguesa da Academia das Ciências de Lisboa. Retrieved April 13, 2023, from https://dicionario.acad-ciencias.pt/
Gomes, C. (2020). Notas sobre a ausência da pessoa idosa no Direito Internacional. In Direito e direitos dos idosos (pp. xx–xx). Lisboa: AAFDL Editora. ISBN: 9789726294016
Faria, P. (2017). A proteção social das pessoas idosas na Carta Social Europeia revista, no Código Europeu da Segurança Social e no Direito Português. Lex Social: Revista de Derechos Sociales, 7, 302–322. Retrieved from https://repositorio.ucp.pt/handle/10400.14/22254
Instituto Nacional de Estatística. (2023). Alunas/os inscritas/os no ensino superior (n.º) por sexo e idade. Retrieved October 12, 2023, from https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_p_etarias
Kalache, A. (2021). Vivemos a revolução da longevidade! Retrieved October 12, 2023, from https://impulsopositivo.com/vivemos-a-revolucao-da-longevidade/
Ministério Público de Portugal. (n.d.). Princípios das Nações Unidas para as pessoas idosas. Retrieved October 12, 2023, from https://gddc.ministeriopublico.pt/sites/default/files/princ-pessoasidosas.pdf
Miranda, J., & Medeiros, R. (2017). Constituição Portuguesa anotada (2ª ed. ver.). Lisboa: Universidade Católica Editora. ISBN: 9789725405413
Mota Pinto, P. (1999). O direito ao livre desenvolvimento da personalidade. Boletim da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra: Portugal-Brasil Ano 2000. Coimbra Editora. ISSN 0303-9773
Organização Mundial de Saúde. (2020). Retrieved October 12, 2023, from https://www.who.int/news-room/questions-and-answers/item/healthy-ageing-and-functional-ability
Schneider, R., & Irigaray, T. (2008). O envelhecimento na atualidade: Aspectos cronológicos, biológicos, psicológicos e sociais. Estudos Psicológicos (Campinas), 25(4), 585–593. https://doi.org/10.1590/S0103-166X2008000400013